Foi preso, no início da noite deste domingo (31), o tatuador Leandro Caldeira Alves Pereira, de 45 anos, do estúdio "Tattoo Reggae" na avenida Nossa Senhora do Carmo, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, que havia sido denunciado por dezenas de mulheres por abuso sexual.
Ele foi detido pela Polícia Militar em Lagoa Santa e deve ser encaminhado para uma delegacia de Vespasiano, cidade vizinha. O mandado de prisão contra ele havia sido expedido pela Justiça mineira, na quinta-feira (28), e ele estava foragido desde então.
Segundo a PM, 15 mulheres denunciaram o homem formalmente na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Belo Horizonte. Pelo menos outras 40 também acusaram o tatuador pelo crime em uma rede social. O suspeito se declarou inocente de todas as acusações.
Segundo o tenente Leonardo, da 3ª Companhia de Policiamento Especializado, que participou da operação de prisão, o homem estava escondido na casa de amigos no bairro Joana D'arc, em Lagoa Santa. "Assim que o suspeito percebeu que o local estava cercado por militares, ele não apresentou resistência e se entregou", disse o tenente.
Relembre
As denúncias vieram à tona depois de uma publicação feita pela ativista Duda Salabert, no último dia 16, em que ela contava sobre sua preferência por tatuar com profissionais mulheres. Salabert recebeu mais de 40 denúncias de assédio e abuso sexual, todas elas relatadas por mulheres que frequentaram, em algum momento, o estúdio desse tatuador. Os relatos datam desde 2012.
Na ocasião, a ativista contou que estava disposta a protocolar uma ação coletiva no Ministério Público com a intenção de representar todas as vítimas. Tatuadoras de Belo Horizonte também se dispuseram a cobrir os trabalhos feitos pelo acusado.
Em um dos casos, uma jovem de 26 anos, que preferiu não ser identificada, contou que fez sua primeira tatuagem com o homem quando ainda tinha 19 anos. Na ocasião, ela foi acompanhada pela mãe que esperou do lado de fora. Ela relatou que durante o processo, sua cabeça foi colocada em cima do colo do tatuador que, por diversas vezes, chegou a firmar a cabeça dela contra o pênis.
Na ocasião, Leandro afirmou que não tinha nada a declarar e que estava se resguardando contra os xingamentos recebidos pelas redes sociais. "Estou passando muita vergonha, muito constrangimento. Eu não fiz nada", disse.
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