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'Ela estava amarrada na cama, pelos braços, e chorava muito', conta parente de vítima de asilo em Santa Luzia

Santa Luzia - 02/10/2019 - 22:36 478 Visualizações
'Ela estava amarrada na cama, pelos braços, e chorava muito', conta parente de vítima de asilo em Santa Luzia

Parentes de vítimas do asilo de Santa Luzia, onde eram cometidos crimes como tortura e abuso sexual, querem a condenação de todos os seis indiciados pela Polícia Civil - o resultado do inquérito foi apresentado nesta quarta-feira (2) e aponta uma série de atrocidades que resultaram na morte de 18 de um total 76 vítimas indefesas.

A autônoma Júlia Carla Ramalho Basílio, de 40 anos, filha de Leonor Domingues de Jesus Ramalho, de 94, que morreu em 20 de abril deste ano depois de passar quatro meses no asilo, conta que a mãe, embora enfrentasse um câncer de pele há mais de 20 anos, morreu após ser levada por para o Hospital de Santa Luzia, com quadro de pneumonia. "Estive com a minha mãe dois dias antes, e ela reclamou de tomar banho frio. Eu quero que a dona do asilo, o marido, as filhas dela apodreçam na cadeia e não saiam nunca mais. A minha mãe não vai voltar mais. Foi a maior covardia que eles fizeram, não só com a minha mãe, mas com todos os idosos", reagiu Júlia.

A desempregada Renata Alvim da Silva, de 39 anos, conta que a sogra, que tinha problemas mentais, foi internada no asilo depois de passar dois meses na Santa Casa de Belo Horizonte, encaminhada por uma assistente social do hospital.

A sogra, Maria Trindade das Graças, de 67 anos, permaneceu apenas uma semana no asilo e foi levada para casa pelos parentes. "Quando a tia do meu esposo foi buscá-la no asilo, ela estava amarrada na cama, pelos braços, toda molhada, e chorava muito. Estava com a mesma roupa que ela havia sido deixada cinco dias antes. Ela só falava: 'me tira daqui, me tira daqui'", conta Renata.

A nora revela que a sogra chegou à casa dela toda molhada de xixi e com um cheiro muito forte. "Ela tinha um machucado no pé de muitos anos. Na Santa Casa, a ferida já estava ótima. Aí, quando ele voltou do asilo, a ferida estava podre. As nádegas dela estavam em carne viva, fedendo muito. Tanto que meus vizinhos que passavam perto da janela do meu apartamento sentiam lá fora o cheiro de carniça", conta Renata, reclamando que a sogra tinha bronquite e não usava a bombinha no asilo.

"Ela chegou com a respiração superofegante, com fome. Você nem imagina o quanto ela comeu. Estava tudo infeccionado. Passou mais ou menos uma semana e ela veio a falecer", disse Renata. "Espero que os responsáveis paguem pelo que fizeram também na Justiça dos homens. Na Justiça de Deus, a mão Dele eu sei que vai pesar muito, pelos idosos que morreram e pelos que ficaram, que estão traumatizados", desabafou.

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