Sindicatos e associações das forças de segurança pública de Minas Gerais têm convocado os servidores da categoria para mais um protesto na Cidade Administrativa. Desta vez, a manifestação está prevista para a próxima sexta-feira, dia 29 de março, na sede do governo.
Na pauta estão o posicionamento contrário ao atraso e ao parcelamento de salários e do 13º, o pedido de recomposição salarial – que não ocorre há aproximadamente cinco anos – e a melhoria no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). O encontro é convocado cerca de um mês depois do último protesto, que chegou a fechar a rodovia MG–010 nos dois sentidos por aproximadamente duas horas e que ficou marcado como o primeiro grande ato contra o governador Romeu Zema (Novo).
De acordo com o coronel da reserva da Polícia Militar Domingos Sávio de Mendonça, pode haver, inclusive, uma nova obstrução de via. "Posso afirmar que nada está descartado. Não depende de mim, depende do que os manifestantes deliberarem durante a manifestação, igual ocorreu no mês passado", disse Mendonça.
Segundo o coronel, uma das propostas que ele vai apresentar é que os manifestantes sigam em carreata da Cidade Administrativa até a casa de Zema, na região da Pampulha. Essa sugestão foi colocada em discussão no último ato, mas, apesar de apoio dos presentes, não se concretizou.
Para a próxima sexta-feira, o militar da reserva estima que a adesão seja maior do que o primeiro protesto. "Vai ter mais gente, porque o pessoal do interior está aumentando. Por exemplo, de Bom Despacho está vindo mais ônibus, Vale do Aço também. Mês passado eram 7.000 pessoas, nessa estamos prevendo 10 mil", afirmou. Nos últimos dias, nos grupos de servidores da segurança, tem circulado uma mensagem pedindo uma contribuição financeira para, "se necessário, trazer o pessoal do interior para estruturar as ações de protestos pacíficos".
Mendonça afirmou que a categoria está revoltada com "a indiferença do governador" e que atos de desespero às vezes resultam em situações trágicas. Pelas redes sociais, o coronel levantou a hipótese de um militar "pegar um fuzil, sair por aí e fazer uma catástrofe".
Já o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol-MG), José Maria de Paula, relembrou que a categoria rejeitou a proposta de pagamento do 13º salário até junho apresentada por Zema no primeiro encontro. "Esperamos que ele (governador) se sensibilize, porque a situação das polícias está crítica. Temos policiais que estão passando dificuldade, passando até fome. Precisamos de uma data única para o pagamento do 13º, além de estarmos reivindicando também o pagamento integral do salário, que está sendo fatiado", declarou.
A expectativa é que nove parlamentares, entre deputados estaduais e federais que estiveram na primeira manifestação, realizem uma audiência pública na próxima sexta-feira para tentar um novo encontro com Romeu Zema.
Em 22 de fevereiro, enquanto os deputados negociavam um acordo com Zema, servidores fecharam a MG–010, o que gerou a ira do governador, que alegou a quebra do acordo entre as partes e encerrou as negociações. Procurada, a assessoria do governo disse que não vai se manifestar sobre o protesto agendado para a próxima semana.
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